A partir de hoje vou publicar uma série de histórias de mártires da igreja. Homens que foram torturados por amor a Jesus. Espero que esses homens sejam exemplos para cada um que visita esse blog e um incentivo para continuar e lutar pelo evangelho.

Segue o primeiro

– Reinado de Henrique VIII

Assim como não houve lugar algum na Alemanha, na Itália e na França, onde não brotassem ramas da frutífera, raiz deixada por Lutero, do mesmo modo esta ilha da grã-betânia não ficou sem o seu futuro e nem sem os seus ramos. Entre estes estavam Patrick Hamilton, o escossez de classe alta e berço nobre, de sangue real, de excelente temperamento, de 23 anos de idade, conhecido como Abade de Ferne.

Ao deixar seu país com três companheiros para obter uma excelente educação, matriculou-se na Universidade de Marburgo, na Alemanha, escola fundada por Felipe, senhor da região de Hesse.

Durante o período em que morou ali, familiarizou-se intimamente com aquelas eminentes tochas do Evangelho que eram Martinho Lutero e Felipe Melanton, e mediante seus escritos e dourinas aderiu-se tenazmente à religião protestante.

Quando o arcebispo de St. Adrews (que era um rígido papista) inteirou-se das atuações do jovem Hamilton, fez com que fosse preso, afim de obrigá-lo a comparecer a sua presença, para o interrogar a cerca de seus princípios religiosos. Antes disso, determinou que o colocassem na masmorra mais imunda da prisão.

Na manhã seguinte, o jovem Hamiltom foi obrigado a comparecer perante o bispo, juntamente com outros para ser interrogado, e as principais acusações que pesavam contra ele eram as de desaprovar em público as perigrinações, o purgatório, as orações aos santos, as orações a favor dos mortos e outras barbaridades como estas.

Estes artigos foram reconhecidos por Hamilton como verdadeiros e, em consequência disto, foi imediatamente condenado à fogueira; e, para que a sua condenação tivesse ainda mais notoriedade, todas as pessoas de destaque presentes assinaram a sentença; e, para que este se tornasse o maior possível admitiu-se inclusive a assinatura de crianças dentre os filhos da nobreza.

Este prelado e fanático perseguidor estava tão desejoso de martirizar Hamilton, que ordenou que a execução fosse realizada na mesma tarde em que a sentença foi pronunciada. Por esta razão, o jovem foi levado ao lugar designado para a terrivel tragédia, onde um grande número de espectadores se apinhava. A maior parte da multidão não acreditava que fossem matá-lo, mas que apenas agiam daquela forma para atemorizá-lo e, através disto levá-lo a abraçar os princípios da religião católica, porém, logo foram obrigados a deixar esta opinião de lado.

Quando se aproximou da estaca, Hamilton ajoelhou-se e orou fervorosamente durante certo tempo. Depois, foi preco à estaca e colocaram a lenha ao seu redor. Ao depositarem uma quantidade de pólvora sob os seus braços, acederam-na primeiramente, o que fez com que a sua mão esquerda e um lado do rosto ficassem abraçados; porém, sem causar-lhe um dano mortal e nem colocar fogo à lenha. Então trouxeram mais pólvora e combustível e desta vez colocaram fogo à lenha com a pira acesa, Hamilton clamou com voz audível e disse: “Senhor Jesus, receba o meu espírito! Até quando reinarão as trevas sobre este reino? E até quando suportarás a tirania destes homens?”

Com o fogo brando a princípio, sofreu cruéis tormentos; porém, suportou-os com magnanimidade cristã. O que mais lhe cusou dor foi o clamor de alguns malfeitores que, instigados pelos frases, gritavam com freqüencia: “Converta-te herege; clame a nossa senhora; diga salve rainha” , e outras frases como estas. a estes Hamilton respondia: “Deixai-me e parai de incomodar-me mensageiros de satanás”. Um frade chamado Campbell, que era o caudilho , também atormentou-o com insultos, e Hamilton lhe respondeu: “Malvado! Que Deus te perdoe!”. Após isto, impedido de falar pela violência e pela voracidade das chamas, entregou a sua alma nas mãos daquele que a havia dado.

Este firme crente em Cristo sofreu Martírio em 1527.

Fonte: O livro dos Mártires

Dicionário

PreladoOficial da residência do papa, que está autorizado a vestir hábito roxo
Pirafogueira em que se queimavam cadáveres
Caudilhochefe militar

Fonte: Houaiss